02 março 2016

ENTRE ASPAS: livros para o mês de abril 2016

Seguem as dicas. Votem no GRupo, no Facebook. A votação é secreta. :)


1)  "Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto", escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. Só mesmo um grande romancista para desnudar ainda mais a terrível figura. Apesar da fatalidade, a morte também tem seus caprichos. E foi nela que o autor buscou o material para seu novo romance, "As intermitências da morte" . Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico logo se revela um grave problema. Idosos e doentes agonizam em seus leitos sem poder "passar desta para melhor". Os empresários do serviço funerário se vêem "brutalmente desprovidos da sua matéria-prima". Hospitais e asilos geriátricos enfrentam uma superlotação crônica, que não pára de aumentar. Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna?

2) No auge da Revolução Cultural chinesa, em 1971, quando Mao Tse-tung fechada as universidades e perseguia os intelectuais, dois jovens de classe média são mandados para uma remota cidade no interior do país para serem "reeducados" pelo trabalho braçal no campo. Passam a viver num casebre, enfrentam condições precárias na lavoura e em minas de carvão e acreditam ter poucas chances de retornar à cidade natal. Mas dois fatos irão mudar seu destino. Primeiro, conhecem a filha do alfaiate local, por quem se apaixonam. E, em seguida, encontram uma velha mala de couro repleta de obras de Balzac, Dumas, Flaubert, Baudelaire, Rousseau, Dostoievski, Dickens - autores proibidos pelo regime. Romance de fundo autobiográfico, adaptado para o cinema pelo próprio autor em 2002, Balzac e a Costureirinha Chinesa não é só uma história de amor entre três jovens no interior da China. É, também, uma comovente narrativa sobre a força transformadora da leitura.

Quais as chances de encontrar o verdadeiro amor oculto entre as centenas de nomes sem rosto que frequentam um blogue coletivo? A narradora de A condição indestrutível de ter sido esbarra por acaso com Mauro, um sujeito simpático e inteligente, e, impelida pela paixão, resolve canalizar todas as suas energias para concretizar este relacionamento. Mesmo que ele more em uma cidade distante. Mesmo sabendo que ele é casado.
"Corajoso, o livro desmistifica o romantismo e mostra aquilo que não gostaríamos de saber: amar é uma forma de frenesi, um mergulho na instabilidade, um fogo que arde até nos destruir. Impossível ler A condição indestrutível de ter sido sem ficar com a incômoda sensação de que Helena Terra revelou nossa dor oculta de seres incompletos. Eis o grande segredo: contar a história de todos os amores dentro de um só. Chega de mistificações, chega de sonhos. O amor real está aqui, e ele dói. Bem-vindos à (des)ilusão". Gustavo Melo Czekster
"A autora constrói a história de uma paixão avassaladora, que descentra, desconcerta, desequilibra, solapa, desatina, desgoverna. (…) Raras vezes o leitor encontrará uma estreia tão auspiciosa".
Luiz Ruffato




 Links de cada livro, na Estante Virtual:
- As Intermitências da Morte
- Balzac e a Costureirinha Chinesa
- A Condição Indestrutível de Ter Sido









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